Ontem (29/06) tive o luxo de assistir o espetáculo Adoniran, que presta uma bela e doce homenagem ao compositor paulistano Adoniran Barbosa. Fique suspeito nos meus comentários, já que o espetáculo aborda uma linguagem um tanto mambembe, um tanto circense. Uma linguagem não tão rica de técnicas como sempre foi marca do Stagium, porém a simplicidade de movimento misturada a uma riqueza de luz e musicalidade, acompanhada de grandes e belos bailarinos nos remete para um universo de saudosismo.
O público fica meio que esperando o tempo inteiro ver a história ser remetida ao Bairro do Bexiga (reduto que é marca registrada do compositor) mas como o óbvio nunca foi marca da companhia, a plateia é levada para algo que nos remete um terreno baldio e um elenco de saltimbancos, que encontra naquela miscelânea de sonoridade e letras divertidas e hora, reflexivas. Dava-nos um sentimento meio como disse o Lenine em uma sua composição: Um belo e estranho dia para se ter alegria. Ganhei Minha Noite ontem.
Mudando um pouco de Assunto, mas sem sair dele.
Cheguei ao Teatro Alberto Maranhão, Olhei para um cantinho e não vi a coreógrafa Marika Gidali (Stagium) Adoro ouvir a sua voz ríspida (típica de coreógrafa), ela não estava lá naquele cantinho que sempre visualizava e observava muito timidamente, mas quase que na hora do espetáculo começar, ela aparece acompanhada por uma bengala, coisas da idade. Marika ainda acompanha a companhia em suas turnês. Minha viajem com a Sra. Gidali é mesmo em seus crochês escuros (sempre a vi compondo peças de crochê em cores preta, azul marinho, marrom e isso é muito difícil para quem não tem a vista boa). Mas onde eu quero chegar? Sempre me pergunto, onde dona Marika já produziu seus pedacinhos de crochê e mais: será que ela tem histórias desses lugares que ela frequenta, enquanto passa o tempo entre linha e agulha. Quero um dia perder a minha timidez encará-la frente-a-frente, pois a minha admiração para Marika Gidali e ao Grupo Stagium é imensurável e espero ter ainda muito momentos de me sentir grande apenas em ver um grande espetáculo e o nome dele é Adoniran.
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Rasgue o verbo!!!