Quando eu
aceitei o desafio de retornar a Fundação José Augusto/SECULTRN tinha em mim a
necessidade de provar para o mundo que eu tenho competência, compromisso com o
que faço, ética e amor a tudo que eu me dedico a fazer. Havia também
necessidade financeira, já que o preconceito político nesse nosso estado
provinciano faz com que as oportunidades nos afaste do que merecemos muitas
vezes. Passei um ano e meio sem fazer nenhum trabalho que me desse condições de
dignidade. Mas eu sempre estive com os meus princípios e valores e estes,
carrego comigo onde quer que vá. Por isso fui convidado a fazer parte deste
novo tempo na FJA.
Consegui graças
a este tempo de dedicação e devoção para esta instituição que me fez mais
humano e tendo a dimensão do que eu sou capaz. Lá tenho amigos que carrego
comigo, e muitos nem tão amigos assim, porém, fundamentais em minha formação.
Aqui fica o meu abraço e todo o meu carinho, tem também uma gama que me ensina
no cotidiano como não devemos ser de forma alguma. Esta sim para mim é maior
lição.
Preciso e
tenho o dever de falar de uma pessoa em especial. Esta que é o maior enigma da
minha vida. Ela é um misto de tudo que o ser humano precisa para compreender a
vida e ser bem sucedido nela. Isaura, a quem todos a chama de Professora, esta
mulher tem o dom do ensinamento. Ela ensina coisas do tipo: vencer-mos-nos diante os
desafios que são dados e preferencialmente se eles nunca forem poucos. Ser capaz
a cada instante. Está certo de que tudo é possível. Não foi fácil. Estes
ensinamentos não se aprendem do dia pra noite e a academia também não
disponibiliza destas disciplinas. Só a vida ou Isaura Amélia Rosado. A senhora
é professora da vida.
Tenho muito
orgulho de ter sido e permitido ser livre em ocupar um cargo de confiança e
poder ser um importante canal do seguimento do qual eu represento que é extremamente
complexo e que precisa de pessoas pacientes o suficiente para dar o devido
olhar. Sei que o fiz. Os meus amigos e colegas das artes e da cultura popular,
sempre que me procuraram teve um atendimento de excelência e respeito, não
tenho modéstia de dizer, atendimento este antes era dado apenas a pessoas influentes
e pseudo poderosas. Para mim, qualquer cidadão que me procurasse e que a mim
fosse indicado, fiz o melhor que estava ao meu alcance, independentemente da
relação que tivesse com o governo, com a instituição e claro, comigo. Esse é o
dever de quem quer que ocupe esses espaços. Afinal, não passamos de funcionários
pagos com os exorbitantes impostos arrecadados através do nosso suor cidadão.
Tive belas
e grandes descobertas ao que foi realizado e no que se diz respeito aos meus
amigos companheiros de trabalhos. Acho que deixo alguma lição útil também.
Alguns acham
que estou saindo dessa gestão, com interesses políticos. Partidários, garanto
que não. Artísticos, sempre. Preciso de dedicar-me exclusivamente a um projeto
onde fui idealizador e ao longo do caminho envolvi pessoas que amo nele. Preciso
de firmar esse compromisso com essas pessoas e comigo também que no ano passado
abdiquei de noites sem dormir e mais o tempo que me restasse para que fosse possível
realizar um trabalho artístico onde eu tivesse envolvido com excelência. Apresentar
um novo conceito no cenário artístico teatral do RN, apostar na juventude como
elo transformador da nossa sociedade.
A minha
parceria permanece com a professora Isaura, onde quer que ela esteja. A
confiança em mim e a “cara de pau” para que eu esteja e seja quem eu sou e onde
estou (hoje muito mais respeitado) só agradeço a ela. Queria muito concluir o
ciclo (missão) em dezembro, mas a arte me chama. Sei que é loucura minha, mas
também sei que não estava fazendo um bom trabalho institucional e nem estava
respondendo à altura ao meu próprio trabalho e os meus sonhos. Então, sei que
optei pelo certo. Não se pode ter todo, mas podemos está bem em tudo. E é isso
que eu quero. Num futuro não muito longe, ser reconhecido por tudo o que eu
planto. Sei que não planto tempestade, mas pezinhos de sorriso e plantinhas de
humanidade. Isso eu deixo por onde passo e mais uma vez foi assim na Fundação José
Augusto. Meu muito obrigado, pelo que eu realizei. Minhas desculpas pelo que
não foi possível realizar, minhas lamentações pelo que não realizei, pois o
corpo e a mente também têm limites, pelas vezes que fui inconveniente, podem
ter certeza, foi pelo bem da instituição. Mas acima de tudo, sei que a FJA,
nunca mais será a mesma e que se pessoas com o meu espírito não a ocuparem, as
coisas não funcionarão. Deixo o meu legado. Mas o que carrego, isto não tem
preço. Há semanas que pretendo dizer algo sobre isto, mas só agora sei que
posso dizer. Pois encontrei maturidade e primordialmente serenidade para seguir
em frente, tendo a certeza que preciso olhar pra frente, mas com muito orgulho
caso, queira ou precise olhar pra traz.
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