17 de mar. de 2011

Dicas de Amor


Informação é fundamental

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  2. Australiano nada e anda com tubarão preso à perna
  3. Filho perde o braço e vai dormir para não levar bronca da mãe
  4. Garota mata mãe pra ver Calypso
  5. DVD pirata salva homem de bala perdida
  6. Garota de 8 anos reclama e recebe Barbie deficiente
  7. Guitarrista ruim leva 50 facadas da própria banda
  8. Artista implanta orelha no proprio braço
  9. Perneta é preso por ter roubado um pé de sapato
  10. Em MG, motorista tem braço arrancado e dirige por 1 km
  11. Chinês se suicida após desaparecimento de iPhone
  12. Preso tem penis mordido por rato e processa governo
  13. Estudante dá bolo com haxixe a professores
  14. Stripper atira vibrador com vagina e lesiona homem
  15. Mãe e filha trabalham juntas como strippers
  16. Dona de casa acha dedo humano em caixa de leite
  17. Homem da Califórnia cria mil ratos em casa
  18. Mulher é atacada por fada do dente demente
  19. 8 jovens são mortos com exatas 666 facadas
  20. Anão vestido de gnomo aterroriza cidade argentina
  21. Chinês bêbado acorda com controle remoto no ânus
  22. Japoneses criam tecnologia para imprimir na água
  23. Papai Noel se dá bem com demissão de duendes
  24. Italiano é ressuscitado após beijo mais longo
  25. Homem morde pênis de outro e arranca pedaço
  26. Mulher pede perícia no ânus do síndico
  27. Gangue de mulheres mata lutadores anões
  28. Mulher fica 26 anos sem sair de casa
  29. Jovem ateia fogo na casa do Papai Noel em SC
  30. Marido canta e mulher acorda após 10 anos em coma
  31. Polonês exibicionista se mata via internet
  32. Escola usa esqueleto de ex-diretor em aulas
  33. Homem é demitido de escola por sem muito bonito
  34. Garota morde rottweiler e escapa de ataque
  35. Cheiro de pizza leva delegado a assaltantes
  36. Homem se envia pelo correio pra fugir da cadeia
  37. Evangelica mata os pais pra pagar dízimo
  38. Inquilino é encontrado mumificado dentro de banheira
  39. Jovem é preso com cabeça e braços da avó
  40. Guitarrista tem derrame de tanto ‘bater cabeça’
  41. Canadense pode ser o único homem vivo sem pulso
  42. Prefeito atira na própria bunda ao ir no banheiro
  43. Homem paga US$ 2,3 mi por nota de US$ 1 mil
  44. Alce morto vestido de palhaço é encontrado na varanda
  45. Funcionários são multados por não cumprir cota de moscas
  46. Justiça suspende prisão de gêmeos porque não sabe qual é o culpado
  47. Garoto é obrigado a tatuar pênis no bumbum
  48. Estuprador de bonecas inflaveis é preso
  49. Terrorista explode o anus e fere principe
  50. Ladrão atira em próprio testículo durante roubo
  51. Mulher recebe seis tiros na cabeça e não morre
  52. He-man usava espada para assaltar no Pará
  53. Homem perde olho em briga por vuvuzela
  54. Beijo no pescoço paralisa braço de neozelandesa
  55. Lobisomem fica nervoso e dá facada em exorcista
  56. Mineiro tira dente do ouvido após 33 anos de dor
  57. Menina imita movimentos sexuais que viu no porno para amiga e engole escova de dentes
  58. Amputado da carona a surdo e tem dia de confusão
  59. Garota de 13 anos tinge cabelo de marrom e é suspensa de escola
  60. Homem anuncia a própria morte em alto falante
  61. Erro de digitação causa perda de US$ 38 bilhões
  62. Mulher recusa 150 propostas de casamento
  63. Palhaço misterioso bate na porta de mecanico, o agride e desaparece
  64. Mãe bebada invade escola com espada ninja para saber quem cuspiu na filha
  65. Homem apelidado de Boi Manso, pega moto de pijama e atira em rival
  66. Sorveteria cria sorvete feito com leite materno
  67. Sem querer, mulher atropela marido duas vezes
  68. Cabeleireira alemã passa trote ‘sem querer’ durante dois anos
  69. Adolescente mata pais por não querer arrumar o quarto
  70. Motorista atropela homem e só percebe quando encontra corpo dentro do carro
  71. Estudante é suspenso por universidade por ser ator pornô
  72. Fã de Hip Hop é condenado a ouvir música clássica
  73. Defunto é baleado dentro do caixão
  74. Evangélicos irados circundam e molestam macumbeiro
  75. Noiva é processada por ser feia demais
  76. Mulher de 136Kg acaba matando o namorado sentando nele
  77. Português de lingerie morre fazendo sexo com jegue
  78. Montanha de cocô salva mulher de queda do 6º andar
  79. Arraia pula para dentro de barco e mata mulher na Flórida
  80. Noivo mata 3 parentes ao comemorar casamento com tiros
  81. Gordo se irrita e vomita intencionalmente em menina de 11 anos
Uma seleção selecionada com carinho pra vocês, qual foi a preferida? 

PROMOÇÃO: Banheiro VIP de Carnaval

Beco da Lama Premiou poetas no Dia da Poesia

 Já passava de 19h quando Antônio Carlos de Almeida subiu ao palco montado na Rua Gonçalves Ledo, na Cidade Alta, entre o salão de beleza Grande Ponto e o armazém da Leader. “Aquieta-te Censura!/ Por que não te calas, Censura?/ Escolheste o Dia da Poesia para dar tuas caras de novo?/ Como se fosse de novo?/ Ledo engano!”, bradou ao microfone, depois de explicar que os versos, escritos no mesmo dia, homenageariam poetas populares que haviam sido hostilizados pela manhã em Mossoró.
Era segunda-feira, 14 de março, Dia Nacional da Poesia, e tinha início o I Concurso Poético-Performático da SAMBA. Poucas pessoas prestavam atenção em Antônio Carlos,
embora uma pequena multidão tenha se formado um pouco mais adiante, em frente ao bar Bardallos. Da plateia vinham risadas, conversas, gritos de estímulo, pedidos de cerveja, palmas espaçadas. Eram pessoas que haviam preferido o Concurso da SAMBA ao evento oficial, organizado pela Fundação José Augusto, que ocorria no mesmo horário no Teatro de Cultura Popular, em Petrópolis, e com atrações nacionais.

“Namastê”, cumprimentou o segundo inscrito de cima do palco, Darci Girassol, de palmas unidas em frente ao peito, um aceno de leve com a cabeça, antes de ir de “Via Láctea”.
Igor Barbosa entrou decidido, com garrafa de vinho na mão. Levantou as mãos para os céus. “Benção, vô Ernesto”, e botou pra fora “Fome e Banquete”, mas não conseguiu empolgar o público. A noite estava quente e o isopor de cervejas que o Bardallos colocou na calçada esvaziava rápido.

Nem “Quando a moça passou” envolveu o público, embora os três jurados, sentados numa cadeira de boteco e acompanhando tudo com as cópias das poesias em mãos, tenham esboçado uma expressão de alegria. “O poeta pousou na moça/ Seu olhar/ e cutucou o passarinho para ele/ Por som na cena,/ Já a moça? / Olhou para o poeta/ De mão na cintura e disse:/ “Só aceito a canção do passarinho/ Se o moço fizer a letra da música”, recitou quase sem se mexer Jeovânia P. Os jurados eram os poetas Rizolete
Fernandes e João da Rua e o jornalista Sérgio Vilar, que entrevistara João da Rua momentos antes e transmitira ao vivo no blog dele, Diário do Tempo. Jeovânia P. ganharia o primeiro lugar não pela performance, claro, mas pela poesia. “Foi difícil porque as pessoas estavam falando muito alto”, disse depois.

O videomaker Augusto Lula, um homem de barbas, presidente da SAMBA, se aproximou em silêncio. “Queremos discutir a oralidade da poesia” disse-me antes, sobre a intenção do concurso. Ele explicou que o evento não fazia frente ao que se desenrolava no Teatro de Cultura Popular e que a Fundação José Augusto era uma das patrocinadoras. “Nós não podíamos abrir mão de que a SAMBA produzisse algo fora do Beco da Lama”. Não havia regras ou restrições para participação, exceto pelo tempo de apresentação, que
não poderia exceder três minutos. Catorze poetas se inscreveram e apenas um, Josenildo Brasil, autor de “Poema sentido”, não chegou a tempo. Tudo foi documentado em vídeo e fotos.

Wesckley Cunha foi o primeiro que esboçou alguma performance. De cordinha amarrando punho e gargalo da cerveja, colocou: “Quem nunca sofreu de amor/ que me atire a primeira pedra/ Quem não tem medo de amar/ que me atire o primeiro beijo”. Esperou. Uma senhora estalou um beijo nas mãos lá de baixo, ele sorriu, emitiu um grunhido. E continuou, carismático, arrancando palmas efusivas das pessoas que começavam a se aproximar do palco. Ficou em segundo lugar.
O que Jackson Garrido falava não estava escrito. “Boa noite, senhoras e senhores/ apertem os cintos e parafusos/ que a viagem é longa, lombra, dura/ puiiiiiíii/ comer abacaxi”. Uma mulher não se continha, gargalhava alto.
Evento não passa de brincadeira
Ivo Maia não fez performance com “Um olhar sobre meu quintal”, mas chamou atenção pelo chapéu de cangaceiro dourado e a capa branca com estampa colorida. A poesia de Harrison Gurgel estava no livreto “O Poder do Pensamento”, em que ele aparece em posição de Yoga. Entoou os versos quase como quem reza. Ficou em terceiro lugar. A essa altura, o público estava mais interessado, e os concorrentes se aplaudiam com vontade.
Paulo Alves levou o sobrinho como mestre de cerimônias e confidenciou à plateia: “Fiz um desafio a mim mesmo: será que eu não sou capaz de escrever um poema de amor? Só os outros escrevem poemas de amor? Eu não tenho talento para escrever poema de amor”. E depois tascou os derramados “Viajar a outros lugares/ E mesmo assim me afastando/ Estarei sempre te amando”. Depois dele houve mais versos líricos, engajados, poesia de cordel, homenagem ao Beco da Lama e aos poetas.
Não demorou cinco minutos para que os jurados decidissem os ganhadores do concurso. “Achei bem fraco de poesia e performance, mas o foco desse concurso não é revelar poetas, mas dar oportunidade a pessoas de mostrarem suas poesias”, opinou Sérgio Vilar, para quem Wescley Cunha seria o vencedor. “Foi interessante porque apresentou uma diversidade de estilos, e a espontaneidade tem a ver com o estilo do Beco”, ponderou o poeta João da Rua. “Houve coisas que não estavam em forma de poesia: era mais um texto, e algumas performances estavam desconectadas da poesia”, avaliou Rizolete Fernandes.
Quando foram anunciados, o terceiro lugar disse um tímido “obrigado”, o segundo, “é isso aí”, e a primeira, “valeu”. Jeovânia P., que é filósofa e já havia vencido um
concurso de poesias na UFPB, ganhou das mãos do deputado estadual Fernando Mineiro o enorme prêmio criado pelo artista plástico Guaraci Gabriel: uma lâmpada em fibra de vidro de cerca de 70 cm partida ao meio em que o filamento era uma garrafa de vinho. Homenagem a Blecaute, poeta marginal que habitava o Beco da Lama até a década de 90. Os outros levaram livros de escritores potiguares.

Era o Dia Nacional da Poesia no Beco da Lama, e a competição séria e os rigores da academia ali eram uma formalidade que não cabia. A noite continuava quente, o isopor do Bardallos não parava de esvaziar e as pessoas estavam felizes. Mais tarde haveria apresentações do grupo de hip hop Conexão Mil Graus, a cantora Simona Talma e a banda DuSouto.

Reportagem - Luana Ferreira