Certa vez, vi em uma matéria jornalística que em São Paulo, numa grande galeria de artes havia uma exposição muito interessante chamada “Que Xita Bacana”. Obvio que isto me chamou a atenção. Uma pena não ter presenciado um evento desta natureza, mas não me doeu. Afinal, numa casa onde reside uma família que considero sendo a minha segunda, há muito tempo sempre me deparei com um colorido peculiar, o colorido que parte deste nobre tecido que é a xita, acrescido dos retalhos em fuxico, aplicações em Sianinha, botões, cerâmicas - ufa! São muitas as matérias exploradas para o artesanato desenvolvido... A criatividade que a dupla Adilene e Ked Mendes, mãe e filha respectivamente, usam e abusam de um olhar por um nordeste que viaja o sertão e vai até a beira da praia, passando pelos oratórios, as aldeias indígenas e os terreiros de candomblé, todo um nordeste que não tem fronteira, o nordeste da criatividade artística.
A poesia visual apresentada em cada peça produzida, onde o colorido rompe com tudo o que já havia dito sobre o branco, o preto, o cinza e o azul marinho que ditam os padrões de uma sociedade castradora de emoções. A sobriedade e a necessidade das cores para dias melhores e mais aconchegantes. A paz que as cores nos oferece para dias melhores, nos trazendo alegria e vibrações positivas. Estas são características principais nestas duas mulheres de personalidade marcante, revolucionárias natas, que modernizam a cada dia em suas peças o artesanato nordestino, porém sem perder suas raízes. São muitas as historias sendo confeccionadas. E não apenas a industrialização uniforme de objetos inspirados neste universo.
Vivenciar bruxinhas de pano voadoras em cortinas de fuxico, as flores, as bolsas, as peças de roupa que permeiam o meu mundo e o cotidiano em quem aprecia a exclusividade que a Oficina das Artes propõe para sociedade. O impressionante que é que todas as pessoas que se aproximam deste universo, são automaticamente contagiados por todo este colorido.
Tenho uma referência, muito forte quando vejo cada novidade: Quando ainda na infância acho em minha casa uma revista velha que falava de um desfile da Zuzu Angel. É como se ela renascesse, tivesse presente. Mas se faz, no costurar desta nova história, de sonhos em formas tão delicadas, porém, as marcas da cola quente, perfurações de agulhas fortalecem os detalhes, enobrecem os ambientes onde é posta cada peça, inebriam o espírito.
Assim enriqueço meu olhar e vez que me deparo com algo novo faço-me oração. Só me resta agradecer a Deus por ser parte deste universo.
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Rasgue o verbo!!!