"isso é Natal, ninguém se dá muito mal"
Será que não?
E esse muro das lamentações de sempre?
Eu e minha querida amiga Ked Mendes estamos com uma mania ótima de fazer algumas discussões super produtivas sempre que estamos juntos antes de dormir. Garanto que isto tem me impulsionado a muitos estímulos. Mas o mais importante são os temas abordados: identidade cultural, artes, o afundamento de Natal... Temos assunto para entupir um blog, mas ontem à noite falávamos sobre a atual febre da galera que faz artes em nossa cidade. Primeiro, logo que isto começou, falei que não participaria, pois já estava cansado dessas reuniões que começam com uma população chinesa e sempre acabam no deserto e mais uma vez foi o que aconteceu. Ou melhor, tá acontecendo, pois ainda tem meia dúzia de heróis resistentes.
Resolvi falar sobre isto para dar alguns apontamentos para quem quer fazer algo de futuro por Natal e conseqüentemente pelo RN.
Resolvi falar sobre isto para dar alguns apontamentos para quem quer fazer algo de futuro por Natal e conseqüentemente pelo RN.
• Temos que de alguma forma trabalhar a altoestima do nosso povo. Seja ele das artes ou não;
• Fazer todo o mundo entender que o turismo que praticamos é o maior de todos os equívocos com os quais somos obrigados a conviver;
• Que a nossa cidade tem que nos ser devolvidas, que tudo o que tem nela primeiramente tem que ser para nós que aqui estamos na alta e na baixa estação pagando impostos. É o mínimo que merecemos;
• Nós enxergarmos que somos e temos pobres, negros, favelas, esgotos a céu abertos, moradores de rua, o crack, pessoas desempregadas;
• As melhores vagas de emprego aqui estão com pessoas que estão em Natal há menos de um ano;
• Não temos lazer, esporte e também cultura. Bem como direitos básicos como hospitais, creches, escolas, casas de espetáculos............................;
• Quase que não temos mais praias, elas são dos gringos (desde as próprias praias, as propriedades em volta, acesso....);
• O nosso problema é a falta de identidade como cidadãos comuns, nós fazemos questão de não nos reconhecermos; não nos damos o luxo de ver nossos espetáculos (pagos ou gratuitos) não resistimos em nenhum ambiente, quando eles começam a pegar, tem que ter o da vez;
• Não temos moda, temos modismos e nunca dura uma estação se quer;
• Temos que ter uma cara, mas primordialmente termos coração e um corpinho todo funcionado;
• Derrubamos um prédio histórico do mesmo jeito em que matamos uma barata;
• Precisamos incomodar mais, ou melhor, fazer-nos acordar, pois este sonho que sonhamos aqui tá pra lá de pesadelo;
• Temos que adotar as nossas comunidades, essa mania cosmolita que temos, é a principal arma para que ninguém nos enxergue.
Quando alcançarmos alguma coisa das citadas em cima, sejamos artistas, carpinteiros, garis, médicos, professores, putas, vagabundos.... o que quer que sejamos, seremos muito melhores e os resultados serão outros.
Ah! As eleições estão chegando. Cuidado com os simpáticos, é esta falsa simpatia que nos domina.
A Maldição de Cascudo:" Natal, não consagra nem desconsagra ninguém!" vamos enterrar essa fase e mostrar que apesar sermos provincianos incuráveis, a nossa personalidade será a nossa marca.
Amo Natal e os natalenses, mas não compreendo esse ranso com nossas coisas e a nossa falta de amor próprio!
Natal, 22 de abril de 2010 (5010 anos de Brasil e nós ainda engatinhado no mundo)
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Rasgue o verbo!!!